2018
(FUVEST, 2018) As casinhas eram alugadas por mês e as
tinas por dia; e tudo pago adiantado. O preço de cada tina, metendo a água,
quinhentos réis; sabão à parte. As moradoras do cortiço tinham preferência e
não pagavam nada para lavar.
(...)
E, mal vagava uma das casinhas, ou um
quarto, um canto onde coubesse um colchão, surgia uma nuvem de pretendentes a
disputa-los.
E aquilo se foi constituindo numa
grande lavanderia, agitada e barulhenta, com as suas cercas de varas, as suas
hortaliças verdejantes e os seus jardinzinhos de três e quatro palmos, que
apareciam como manchas alegres por entre a negrura das limosas tinas
transbordantes e o revérbero das claras barracas de algodão cru, armadas sobre
os lustrosos bancos de lavar. Aluísio Azevedo, O cortiço.
Nas cidades brasileiras,
particularmente no último quartel do século XIX, novas formas urbanas são
constituídas, como os cortiços e as favelas. Sobre esse fenômeno, é correto
afirmar:
(A) A
expansão periférica no século XIX, na zona sul da cidade do Rio de Janeiro,
teve significativa presença de cortiços, devido à chegada massiva de imigrantes
japoneses.
(B) A
primeira favela carioca teve sua origem no forte empobrecimento da população no
contexto da crise cafeeira na região serrana do Rio de Janeiro.
(C) A
maior concentração dos cortiços da cidade de São Paulo, presentes no último
quartel do século XIX, localizava-se na porção mais central da aglomeração
urbana.
(D) As
primeiras favelas brasileiras se originaram devido à expansão da atividade
industrial, no centro da cidade de São Paulo, no início do último quartel do
século XIX.
(E) Nas
cidades do Vale do Paraíba, durante a expansão cafeeira, os cortiços eram muito
frequentes, por conta da presença de imigrantes italianos empobrecidos.
R.: C
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2016
(UNESP, 2016) Relações entre as aglomerações na rede urbana
Os esquemas apresentam redes urbanas
com diferentes hierarquias. Explique a diferença entre rede urbana e hierarquia
urbana e como se dão as relações entre as aglomerações urbanas nos esquemas
apresentados.
(UNICAMP,
2016) O processo
contemporâneo de metropolização do espaço e a grande metamorfose que vem
ocorrendo em algumas metrópoles têm significado mudanças territoriais
expressivas. Há intensificação e multiplicidade de fluxos de pessoas,
mercadorias e informações, bem como crescimento do número de cidades
conurbadas, onde não se distingue muito bem, na continuidade da imensa área
construída, o limite municipal de cada uma delas. Tanto em São Paulo, por
exemplo, como na Cidade do México, em Buenos Aires ou em Santiago, vamos
encontrar a manifestação desse momento mais avançado da urbanização. (Adaptado de Sandra Lencioni, A
metamorfose de São Paulo: o anúncio de um novo mundo de aglomerações difusas.
Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, n.120, p. 133-148, jan./jun.,
2011.)
Tendo em vista a metrópole
contemporânea, é correto afirmar que se trata de uma
a) única aglomeração, mas dispersa e
fragmentada, onde fluxos imateriais regem um conjunto diferenciado de lugares.
b) única aglomeração, pois é compacta
e coesa, onde fluxos imateriais regem um conjunto diferenciado de lugares.
c) metrópole compacta e coesa,
organizada exclusivamente por uma estrutura hierárquica de fluxos imateriais.
d) metrópole dispersa e fragmentada,
organizada exclusivamente por uma estrutura hierárquica de fluxos materiais.
R.: A
(UNICAMP,
2016)
Rua da Liberdade – São Paulo-SP -
1937
Pobre alimária
O cavalo e a carroça
Estavam atravancados no trilho
E como o motorneiro se impacientasse
Porque levava os advogados para os
escritórios
Desatravancaram o veículo
E o animal disparou
Mas o lesto carroceiro
Trepou na boleia
E castigou o fugitivo atrelado
Com um grandioso chicote
(Oswald de Andrade, Pau Brasil. São
Paulo: Globo, 2003, p.159.)
A imagem e o poema revelam a dinâmica
do espaço na cidade de São Paulo na primeira metade do século XX. Qual alternativa
abaixo formula corretamente essa dinâmica?
a) Trata-se da ascensão de um moderno
mundo urbano, onde coexistiam harmonicamente diferentes temporalidades, funções
urbanas, sistemas técnicos e formas de trabalho, viabilizando-se, desse modo, a
coesão entre o espaço da cidade e o tecido social.
b) Trata-se de um espaço agrário e
acomodado, num período em que a urbanização não tinha se estabelecido, mas que
abrigava em seu interstício alguns vetores da modernização industrial.
c) Trata-se de um espaço onde
coexistiam distintas temporalidades: uma atrelada ao ritmo lento de um passado
agrário e, outra, atrelada ao ritmo acelerado que caracteriza a modernidade
urbana.
d) Trata-se de uma paisagem urbana e
uma divisão do trabalho típicas do período colonial, pois a metropolização é um
processo desencadeado a partir da segunda metade do século XX.
R.: C
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