2018
(UNESP, 2018, 2ª.
Fase)
A Transamazônica inscrevia-se também nesse amálgama
Geopolítica-Segurança Nacional. No caso da Amazônia, o projeto da corrente
nacionalista de direita do Exército era o de povoar, mas as contingências do
tempo e do capital não seguiam mais as fórmulas pombalinas. Assim, na
impossibilidade de povoar com gente – seria necessária a migração de toda a
população brasileira para chegar-se a taxas de densidade razoáveis no vasto território
amazônico – optou-se pelo povoamento com interesses: a Zona Franca de Manaus
configura-se como uma modalidade de povoamento por meio de interesses
constituídos. A própria Transamazônica era uma estratégia mista de povoamento
populacional e de interesses. (Francisco
de Oliveira. “A reconquista da Amazônia”. Novos Estudos Cebrap, março de 1994. Adaptado.)
a) Em que
período da história brasileira foi proposto e iniciado o projeto de construção
da rodovia Transamazônica? Qual
semelhança o texto estabelece entre o projeto de construção da Transamazônica e
a constituição da Zona Franca de Manaus?
b) Qual
foi a justificativa dada pelo governo federal para a abertura da estrada? A que
se refere a afirmação de que “A Transamazônica inscrevia-se também nesse
amálgama Geopolítica-Segurança Nacional”?
(UNESP,
2018, 2ª. Fase) Examine a tabela.
a) Qual
era o produto que, no período 1841/50, representava o maior percentual sobre o
valor do conjunto das exportações brasileiras? Esboce, no plano cartesiano
inserido no campo de Resolução e Resposta, um gráfico que demonstre o
comportamento da exportação desta mercadoria durante todo o período
compreendido pela tabela (1821/80).
b) Qual
foi a mercadoria que sofreu maior oscilação percentual sobre o valor do
conjunto das exportações brasileiras na passagem do período 1851/60 para o
período 1861/70? Aponte o principal motivo dessa oscilação.
(UNESP, 2018) Esse produto percorreu ampla
região, desde o Morro da Tijuca, no Rio de Janeiro, no primeiro quartel do
século XIX, até o norte do Paraná, onde praticamente cessou sua marcha na
década de 1970. Nesse período, seu percurso deixou marcas significativas na
paisagem: vasta rede urbana e densa malha ferroviária, solos empobrecidos pela
erosão, florestas dizimadas e extensivas pastagens, quase sempre de baixa
produtividade.
(Jurandyr L. S.
Ross. Ecogeografia do Brasil, 2009. Adaptado.)
O excerto
refere-se à produção do espaço brasileiro relacionada ao ciclo econômico
(A) da borracha.
(B) da
cana-de-açúcar.
(C) do café.
(D) do ouro.
(E)
do algodão.
R.: C
(UNESP,
2018) Em meados da década de 1970, as condições externas
que haviam sustentado o sucesso econômico do regime militar sofreram alterações
profundas. (Tania Regina de Luca. Indústria e trabalho na história do Brasil,
2001).
As condições
externas que embasaram o sucesso econômico do regime militar e as alterações
que sofreram em meados da década de 1970 podem ser exemplificadas,
respectivamente,
(A) pelos
investimentos oriundos dos países do Leste europeu e pelo aumento gradual dos
preços em dólar das mercadorias importadas.
(B) pela ampla
disponibilidade de capitais para empréstimos a juros baixos e pelo aumento
súbito do custo de importação do petróleo.
(C) pelos
esforços norte-americanos de ampliar sua intervenção econômica na América
Latina e pela redução acelerada da dívida externa brasileira.
(D) pela
ampliação da capacidade industrial dos demais países latino-americanos e pelo
crescimento das taxas internacionais de juros.
(E) pela
exportação de tecnologia brasileira de informática e pela recessão econômica
enfrentada pelas principais potências do Ocidente.
R.: B
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2016
(FUVEST,
2016) O processo de industrialização que se efetivou em São Paulo a partir do
século XX foi o indutor do processo de metropolização. A partir do final dos
anos 1950, a concentração da estrutura produtiva e a centralização do capital
em São Paulo foram acompanhadas de uma urbanização contraditória que, ao mesmo
tempo, absorvia as modernidades possíveis e expulsava para as periferias imensa
quantidade de pessoas que, na impossibilidade de viver o urbano,
contraditoriamente, potencializavam a sua expansão. Assim, de 1960 a 1980, a
expansão da metrópole caracterizou-se também pela intensa expansão de sua área
construída, marcadamente fragmentada e hierarquizada. Esse processo se
constituiu em um ciclo da expansão capitalista em São Paulo marcada por sua
periferização.
Isabel Alvarez. Projetos Urbanos: alianças e conflitos
na reprodução da metrópole. Disponível em:
http://gesp.fflch.usp.br/sites/gesp.fflch.usp.br/files/02611.pdf. Acessado em
10/08/2015. Adaptado.
Com base no
texto e em seus conhecimentos, é correto afirmar:
a) O processo
que levou à formação da metrópole paulistana foi dual, pois, ao trazer
modernidade, trouxe também segregação social.
b) A cidade de
São Paulo, no período entre o final da Segunda Guerra Mundial e os anos de
1980, conheceu um processo intenso de desconcentração industrial.
c) A periferia
de São Paulo continua tendo, nos dias de hoje, um papel fundamental de eliminar
a fragmentação e a hierarquização espacial.
d) A
periferização, em São Paulo, cresceu com ritmo acelerado até os anos de 1980,
e, a partir daí, estagnou, devido à retração de investimentos na metrópole.
e) A expansão da
área construída da metrópole, na década de 1960, permitiu, ao mesmo tempo,
ampliar a mancha urbana e eliminar a fragmentação espacial.
R.: A
A urbanização no Brasil está associada à industrialização e à
mecanização no campo que, consequentemente, provocou o êxodo rural direcionado
para as grandes cidades brasileiras. Mesmo que a indústria tenha trazido
crescimento econômico e modernidade, os empregos formais gerados foram
insuficientes para absorver a quantidade de pessoas que estavam concentradas
nas cidades, dando origem a subempregos e empregos informais, com menor
remuneração e maior instabilidade profissional. Dessa forma, uma grande parte
das famílias teve de buscar moradias em lugares como loteamentos clandestinos,
cortiços e favelas, enquanto a classe média e a população de mais alta renda
passaram a habitar os locais de melhor infraestrutura urbana. Isso resulta numa
intensa segregação socioespacial.
(Unicamp,
2016, segunda fase) A construção de Brasília liga- se à questão regional do
Brasil, que se colocou com intensidade na década de 1950, indicando a
necessidade de se corrigirem desequilíbrios regionais. Mas, no Plano Piloto,
vive uma minoria da população total de Brasília. O Plano Piloto não existiria
sem as cidades-satélites, onde reside a maior parte dos trabalhadores, um
contingente de pedreiros, motoristas, auxiliares de escritórios, serventes,
encarregados de segurança, balconistas, etc. Brasília, dessa forma, é uma só
cidade, do Plano Piloto às cidades-satélites. Assim, torna-se difícil aceitar a
ideia de que Brasília foi projetada para antecipar um futuro mais igualitário.
(Adaptado
de José William Vesentini, A capital da geopolítica. São Paulo: Ática, 1986, p.
116-117, 144-145 e 148.)
a)
Quais os objetivos oficiais para a construção de Brasília?
b)
Segundo o texto, por que é “difícil aceitar a ideia de que Brasília foi
projetada para antecipar um futuro mais igualitário” para a sociedade
brasileira?
Respostas:
a) Os objetivos oficiais da construção da nova capital eram
promovera integração nacional, corrigirdes equilíbrios regionais e retirara das
grandes capitais a efervescência política, com a intenção de aliviar a pressão
política sobre o governo. O candidato também poderia apontar a intenção de
oferecer inteligibilidade ao plano de metas, ou seja, a compreensão do plano de
modernização do país através da construção de uma nova capital.
b) Segundo o autor, os traços modernizantes da nova capital não
tinham a intenção de incluir os trabalhadores que levantaram Brasília, chamados
de “candangos”, mas sim de evidenciar o plano de urbanização e industrialização
proposto pelo presidente JK (1956-1961). A nova capital não recebeu os
“candangos”, que ficaram reclusos as cidades-satélites, confirmando que
Brasília não propôs um futuro igualitário ao país.